quinta-feira, 28 de junho de 2012

Imaginação e Realidade.

há muitas mulheres solteiras no mundo
com um ou dois ou três filhos
e alguém se pergunta aonde foram os maridos
ou aonde foram os amantes
deixando para trás
todas essas mãos e esses olhos e esses pés
e essas vozes.
ao passar por suas casas
gosto de abrir armários e
olhar o que há dentro
ou então debaixo da pia
ou no guarda-roupa-
espero encontrar o marido
ou o amante e ele me dirá:
"ei, parceiro, você não percebeu as
estrias, ela tem estrias
e peitos caídos e come
cebolas o tempo todo e peida...mas
sou um cara habilidoso, posso concertar coisas,
sei como usar um torno mecânico e
troco sozinho o óleo do carro, sei jogar
sinuca, boliche, posso chegar em 5º ou
6º em qualquer maratona por
aí. tenho um jogo de tacos de golf, lanço a bola a longas distâncias. sei
onde fica o clítoris e o que fazer com ele. tenho um chapéu de coubói com as abas
dobradas para cima.
sou bom com o laço e com os punhos
conheço os últimos passos de dança."
(...)

Charles Bukowski - O Amor é um cão dos diabos.

domingo, 17 de junho de 2012

Percorrendo meus caminhos.


Reginaldo Rossi na vitrola, vinho nas taças, sutian de bolinha e calcinha vermelha no chão.
Ela achava que já tinha tido o melhor oral desse mundo, mas suas certezas acabaram, quando ele começou a percorrer seu corpo com a lingua, massageando, lambendo, mordendo e sugando cada pedacinho dele. Estudava pacientemente cada ponto, e se excitava ainda mais toda vez que ela gemia quase desfalecendo em gozo, no quente e molhado do seu corpo, sua barba mal feita que a fazia arrepiar cada vez que ele cheirava seu pescoço como se  possuíse alguma substância alucinante.
Sua boca na dela, querendo engolir todas aquelas fantasias loucas, seu olhar de pirraça, seu cheiro de macho, os cinco sentigos aguçados e ela querendo mais, até o fundo, de cabeça para baixo ou em qualquer cabeça, só pensava nisso.
E quando acordou de manhã, ainda sentia o gosto do seu desejo e pedia mais uma dose desse mel.

terça-feira, 12 de junho de 2012

hoje, aqui e agora.


" Você me deixa doído, mas só não me deixará doido, porque isso sou, isso já sou..."

Me lembro muito bem do dia que você e eu desfrutávamos uma cannabis sativa ao som dessa música e eu flertava com a possibilidade de descobrir porque seus olhos brilhavam tanto mesmo estando vermelhos. Mas eu só ria, ria do seu riso, ria da minha situação complicada, ria porque tudo começa a fazer efeito, ria de desespero, ria de medo de ter que ficar longe, mesmo querendo estar perto.
Cada vez que eu fugia dos teus olhares, te negava um abraço ou fingia que não tava vendo você me olhar com cara de tarado, só aumentava nosso  desejo e a intimidade que conquistamos antes mesmo de conhecer cada parte do teu corpo, de ficar impregnada do teu cheiro, teu suor e teu sorriso.
Me viciei no teu abraço, no teu café e no cafuné que você me fazia, nem que fosse só pra mim dormir por 10 minutos.
E de pensar que eu tinha tanto medo de você, de não ser bom, de me decepcionar, de não corresponder suas expectativas e de preferir que você fosse só uma lembrança boa, um sentimento platônico do qual eu não conseguia me livrar.
Agora te garanto que sou outra mulher, aprendi com os mestres da literatura de alcova a me entregar sem medo do que pode acontecer no outro dia, se você vai me ligar, se vamos nos encontrar de novo, se você vai atravessar a rua quando me vê passar ou só me olhar e lembrar das marcas que deixei no seu corpo.
Ainda assim sem saber no que vai dar, te confesso que vivi 4 anos em 4 dias e aproveitei cada momento sem pressa, sem vergonha e sem planos.