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Você cabe
milimetricamente
no meu
infinito.
Na
multidão de um homem só, fazia frio o ano todo. Sua alma vazia tinha
esquecido que ainda cabiam poemas ou que as palavras circulavam por
todas as veias até a aorta. Suas pernas cumpriam o percusso de todos os
dias, não tinha tempo para pegar um caminho novo, preferia fotografar os
carros. Quem se importa mesmo com as nuvens? Suas retinas fixavam a cor
dos semáforos:pare, olhe, siga. Todos lhe davam ordens, até os objetos
inanimados. Os anúncios, todos muito coloridos sugavam qualquer néctar
de vida e transformava até os amores em algo fútil, demodê ou
descartável.
Era só mais um atrevessando a avenida e o importante era não olhar pra trás, muito menos pra dentro de si.