quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Conto feio de uma puta sem destino.



Já era tarde quando ela saiu de casa com aquele microvestido.


Embebecida de perfume e ácido saiu levando consigo as agruras de um dia de cão e de uma noite que por ela não teria fim.


O ponto de táxi estava vazio e o cheiro de terra molhada já começava incomodar por conta da fina garoa que caía insistentemente.




Era muito mais tarde ainda quando ela chegou onde queria, e um vestido que além de curto, agora transparente mostrava os contornos de um corpo não tão magro, não tão esguio como fora um dia mas que com certeza exalava o odor da experiência, da indecência e de uma raiva incontida que pulava para fora dos seus olhos manchados e do seu decote exagerado...




Quando era dia, já não se sabia mais se o molhado era de chuva, de lágrimas ou de sexo.


Foto: Jean- Paul Nacivet







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