sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O Rei de Havana





Não sabia para onde ir. Com fome e sem dinheiro. Sua morte e sua desgraça era que vivia exatamente o minuto presente. Esquecia com precisão o minuto anterior e não se antecipava nem um segundo ao próximo minuto. Tem quem viva dia a dia. Rey vivia minuto a minuto. Só o momento exato que respirava. Aquilo era decisivo para sobreviver e ao mesmo tempo o incapacitava de fazer qualquer projeto positivo. Vivia do mesmo modo que a água estancada num charco, imobilizada, contaminada, se evaporando em meio a uma podridão asquerosa. E desaparecendo. (p. 163).

Pedro Juan Gutiérrez

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