Não sabia para onde
ir. Com fome e sem dinheiro. Sua morte e sua desgraça era que vivia
exatamente o minuto presente. Esquecia com precisão o minuto anterior e
não se antecipava nem um segundo ao próximo minuto. Tem quem viva dia a
dia. Rey vivia minuto a minuto. Só o momento exato que respirava. Aquilo
era decisivo para sobreviver e ao mesmo tempo o incapacitava de fazer
qualquer projeto positivo. Vivia do mesmo modo que a água estancada num
charco, imobilizada, contaminada, se evaporando em meio a uma podridão
asquerosa. E desaparecendo. (p. 163).
Pedro Juan Gutiérrez
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